5 de nov. de 2009

Vives nas falésias


Vives nas falésias do meu sonho, meu amor. Sentado nas pontas das rochas, vejo-te rodeado daquela vegetação rasteira e variada, pequenos cactos de folhas carnudas e salpicados de florinhas roxas de dormem ao sol. Ali ficas, de olhos fechados e sorriso no rosto, quieto dentro do sol que te aquece os ombros e te dá consolo à alma. As minhas falésias debruçadas sobre o mar azul safira vestido de espuma, onde tu vives meus amor, sempre sereno que não me canso de o dizer pois trazes a serenidade aos meus dias que se cobriram de sol desde que te conheci. São estas falésias sem noite mesmo debaixo do manto das estrelas que são as nossas, rochas das nossas duas almas bordadas de pequenos guizos de mil tons alegres mas também tristes. Movo-me e toco e oiço a minha música involuntária que soa a cada passo que dou e que dás, e oiço o retinir do espanta-espíritos que sai de ti e dança na brisa e faz soar de cada vez uma música diferente. Como gosto de ti! As palavras são curtas para o dizer, meu amor, para dizer este amor que não cabe em todas as palavras do mundo mas cabe na música que fazes soar a cada passo que dás. Tudo o resto é um grande nada porque és tu que me és tudo, meu amor, e este tempo curto e eterno que nos foi dado vivo-o em gratidão e paz, saboreando cada momento como o primeiro. Sereno, meu amor, como a dimensão do tempo que não existe e a grandeza do mundo em que agora conseguimos caber.


21 de Agosto 2009

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