27 de set. de 2009

8 de Janeiro de 2008

Crónica de Uma Nação Asséptica - Parte II

Grande Comoção no Casamento da ASAE e da EMEL!
Agitação, Suspense e Crime na Festa do Ano!

O mais badalado acontecimento social do ano, que tantas expectativas criou nos bons e obedientes cidadãos portugueses, acabou num reboliço de emoções que nada fazia prever. Quando, no final do repasto, o Inspector Nunes agarrou na cauda do seu vestido de noiva para se inclinar e depositar um beijo apaixonado nos lábios da consorte, o dono do restaurante onde se fez o copo-de-água e que andava a servir às mesas, insistiu em ir ele mesmo à cozinha buscar o bolo de noiva, num gesto de deferência e respeito para com os recém-casados e... acabou preso!

Isso mesmo, preso! Transgredindo perigosamente as regras de higiene asséptica, o dono do restaurante, levando o seu próprio cócó de cão nas solas dos sapatos para dentro da cozinha do seu próprio restaurante, depois de abrir a torneira do lavatório com as próprias mãos e secando-as, em seguida, com uma toalha de pano (crime dos crimes!), teve o desplante de pegar no bolo de noiva com as próprias mãos e regressar pelo mesmo caminho, sempre com o cócó de cão agarrado às solas dos sapatos, e depositá-lo na mesa das noivas, desfazendo-se em salamaleques e sorrisos!

O que ele foi fazer! De imediato soou o apito e uma brigada de actuação rápida da ASAE, de máscara baixada e uzi em punho, irrompeu pelo restaurante adentro, manietando-o e algemando-o, rosto no chão, mãos atrás das costas... O dono do restaurante só foi levado para a esquadra depois de um agente especial de limpezas da ASAE lhe ter passado um Dodot pelas solas dos sapatos para evitar o perigo de contaminação da carrinha de detenção.

Enquanto isto se passava, um grupo de intervenção especial de fiscais da EMEL multava e rebocava os carros dos convidados, que tinham estacionado ad hoc em redor do restaurante, sem respeitar os risquinhos no chão nem meter moeda no parquímetro. Este tinha sido instalado de véspera, mesmo a tempo das bodas, e as riscas no chão ainda cheiravam a tinta fresca mas, os convidados, que eram todos espanhóis, estiveram-se obviamente nas tintas para a moedinha pelo que acabaram, também eles, todos presos!

Da boda só restaram noivas, que, incompreensivelmente, ninguém prendeu...

Um comentário:

Ana Paula Pinto Lourenço disse...

Ficamos à espera e atentos! bj amigo