27 de out. de 2009

Que descanso


Que descanso vir para aqui escrever e saber que ninguém me lê. Fugir do facebook e do canto escondido da pasta secreta do word no computador onde me escondo em letras de quando em vez, aqui estou a meio caminho entre o anonimato e a histeria facebookiana. Duas e vinte da madrugada, tanta hora à frente por dormir e um dia inteiro amanhã para viver ao segundo de tantas coisas a fazer. Mas fico aqui apenas dois minutos depois de escavar o cinzeiro à procura de uma beata comprida que se possa fumar em mais de três passas para dizer que o mundo acaba todos os dias um bocado de cada vez, mas também renasce todos os dias com a fúria avassaladora dos berros dos recém-nascidos cheios de ganas de viver. Hoje foi um dia desses: de repente, acabou-se o mundo e, de repente outra vez, renasceu das cinzas como a fénix. Ajudou-me a águia que me apareceu aqui feliz e contente e eu de trombas e a águia na dele, não esmoreceu com o meu mau humor e, de repente, contagiou-me de ar e vento e renasceu-me. Quando dei por mim, tinha o mundo aparecido outra vez à minha frente - o mesmo que se tinha eclipsado horas antes. Assim e pronto. Obrigada, águia. Obrigada, céus infinitos que me vão lançando pacotes de maná embrulhados em fitas de seda ou disfarçados de pão duro. Obrigada, assim vivo.

2 comentários:

jpt disse...

cuidado, há sempre os googladores

Cláudia Mealha disse...

Céus, que andarão a googlar por aí? Não a mim, de certeza, não antes de eu me candidatar ao Parlamento Europeu - Já.